Por: Caio Murilo Taner
Naquele dia a rua fritava um ovo, eu subia lentamente em
direção ao bar mais próximo, caminhava sem pensar no tempo, só pensava na
Brahma estupidamente gelada descendo goela a baixo. Aproveitei para olhar ao
meu redor, e perceber a significativa mudança de visual na simpática XV de
Novembro. Parece que foi ontem que andava na porta bagagens da velha “monark”
do meu avô em direção ao Sagrada. Outras vezes descia de mãos dadas com minha
avó, minha mãe e meu pai para passear na praça.
Contos que fascinaram e mexeram com a minha imaginação,
lendas contadas de geração para geração. Tempos longínquos que surgem na cachola
e tomam forma a partir de histórias que o ouvido ouve na mesa da refeição.
Depois desta divagada estava cada vez mais próximo do
balcão, então entrei no bar, sentei, e fui logo pedindo uma porção. Ah, e a tão
esperada Brahma me aguardava!
“O tempo não para! Só a saudade é que
faz as coisas pararem no tempo”
Mario Quintana